Final de estrada, onde todas as encruzilhadas se
desencontram.
E depois dali não havia mais nada, só o nada silencioso.
Como uma casa no fim do mundo...
Um casebre pequeno
como um suspiro,
Com mil corredores e escadas ligando o nada a lugar algum.
E nesse palácio de vidro colorido
Onde ecoa o barulho de sonhos gemendo,
Morrendo e ressurgindo, repicando como mil sinos a distância
Ouvi risadas de crianças perdidas, ressoando em algum lugar
ao longo das paredes.
Perdi meus pinceis e desisti de espantar o cinza do mundo.
Não posso desenhar um arco-íris com tintas invisíveis.
Ela porem se deteve a porta muitas e muitas vezes e em muitos matizes,
Quando a risada alegre e desvairada de crianças iluminava o
caos dos meus pensamentos.
Onde nessa casa pequena, grande como o mundo estariam os pequenos?
Eu via uma profusão de cores na tela negra e opaca,
Podia ver através e
dentro das trevas.
Odor de mofo e histórias antigas, quadros de ancestrais
Ilustres anônimos mortos no tempo
Mobília antiga e gasta coberta de lençóis e tempo,
Histórias guardadas em baús enegrecidos...
Sem meus pincéis, senti-me inacreditavelmente velho...
O olhar percorreu os corredores como o vento levantando o pó,
E foi deter - se de novo no fim do caminho,
Onde as encruzilhadas se desencontravam.
O quadro antigo era na verdade um espelho,
De onde mirava-me o pálido fantasma de mim mesmo.
Inacreditavelmente velho
Numa casa no fim do mundo...
O endereço dessa casa seria enfim o inconsciente...
ResponderExcluirUm abraço meu amigo!!
Luciana di Araujo
Luciana, minha amiga...
ResponderExcluirConsiderando o fato de que sinto que sozinho eu me perderia pelos muitos corredores dessa casa, e que ela é habitada por fantasmas queridos, o seu comentário está em harmonia tanto com o que eu quiz dizer nestes versos quanto com o omeu conceito de inconsciente.
Obrigado por me honrar com sua leitura e seu comentário.