Mande-me um pouco de inspiração,
Tal qual os deuses enviam raios sobre este mundo...
Não preciso de muito vento nos cabelos ou sol no rosto
Mas tampouco quero voar nas finas asas de um sonho.
Ficou um pouco de ti nessa nevoa que embaçou o meu olhar
E é estranho pensar que me impedes de ver as coisas.
Um mundo vítreo através das lágrimas.
E porque não me deixam ficar casulo no teto do mundo,
Suspenso por entre os caibros do céu...?
Esquecido da lagarta que fui, ignorante das asas que terei,
Eu seria,
Uma sombra indefinida e feliz por estar no limiar de duas coisas...
Das tuas palavras montei um vitral multicor
Mas está claro que desenhei uma imagem errada.
Sou um daltônico do espírito vendo tudo em nuanças cinzentas...
E havias te pintado com todo um arco-íris de finos matizes.
E na ausência de um talento para a arte,
Construí uma ponte frágil de pura esperança,
Uma que atravessasse esse infinito abismo entre nós...
Eu sabia que as rosas tinham garras agudas com que enfrentar tigres
Mas ignorava que tivessem asas como os anjos.
(Porque diabos tinhas de voar tão alto?)
Para pendurarem-te no céu qual estrela, devem os deuses ter bom gosto.
Iluminas o firmamento...
Mas, eu,
Tu sabes que este corpo é pesado demais para que eu o leve agora.
E porquanto meus sonhos sejam densos demais para que eu voe com eles,
E não encontre uma amável serpente que liberte-me com um beijo,
Sonharei no deserto por entre as dunas aquecidas pelo sol e saudades
Com o dia em que também reencontrar
O meu caminho para casa...
as vezes a gente se perde pelo puro prazer de encontrar de novo.
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