"Já tive sonhos que nunca mais me abandonaram
e que me mudaram as idéias; espalharam-se dentro de mim, como
o vinho se espalha na água, e alteraram a cor dos meus
pensamentos."
Li isso há tanto tempo em “O Morro dos ventos Uivantes” e fiquei tanto
tempo sob o impacto dessas palavras, que sim, elas também se espalharam dentro
de mim e alteraram a cor dos meus pensamentos. Ou os meus pensamentos se tornaram
tão densos que por causa deles eu tenho lá aqueles sonhos estranhos (mesmo
acordado) e eu também acabo acordando sempre com aquela sensação de que “duendes
me usam como saco de pancadas durante a noite”.
Chega-se a um ponto que o que é pensamento e o
que é sonho fica indistinto e ou os pensamentos são os sonhos disfarçados de razão ou os sonhos são
uma forma mais subjetiva e mais elevada de pensamento.
Não sei...
Só sei que tenho pensado que embora eu lamente, (num luto que cada vez mais me parece impossível de
elaborar), que certas pessoas morram (quando a coisa mais importante do mundo é
que estivessem vivas), lamento em maior medida, embora não tão dolorosamente,
que a maioria das pessoas que me cercam, embora respirem, não estão de fato vivas.
E que quando se perde a referência o que fica tem mesmo de valer o esforço da existência...
São mesmo tempos difíceis para os
sonhadores...
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