Passados tanto tempo e tantos hiatos entre escrever ou
fitar o vazio, impressiona-me não ter muito o que dividir senão esta constante
estupefação ante a antiguidade das coisas novas.
Comprei passagens para viajar ao norte do estado e por uns
dias serei um estranho em uma terra estranha, tal como o sou em casa e no
espelho, mas desta feita, em ruas que não conheço e prédios e pessoas de
fachada alienígena.
É um mundo muito grande pra uma vida tão curta.
Finalmente consigo me enxergar como uma pessoa minimamente
inteligente, posto que após quebrar o corpo contra as rochas repetidas vezes,
convenci-me afinal de que não possuo asas.
Uma singularidade, entretanto, permaneço de pé à praia a
observar meus confrades humanos a saltar vez após vez daqueles penhascos,
agitando os braços desordenadamente, talvez a sonhar que naquele voo breve até
as rochas, possam se metamorfosear em qualquer coisa que não corpos a cair...
Algo em meu intimo se agita em grito mudo e eu me obrigo a
um silêncio que me custa, tal como me custa reconhecer que cabe a cada um a sua
queda e o seu aprendizado particular em direção ao que seja seu esclarecimento.
Interessante a comparação com a rochas e a bagunça toda. Aka estou lendo-te.
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