Ando ha semanas encorujado (como se diz aqui em Minas), por causa do frio. Mesmo sendo Ateu e descendente na maior parte de africanos e ameríndios, acho que Deus
provavelmente vai me reservar uma vaga no inferno nórdico e eu sofrerei entre
escandinavos as agruras de um tormento gelado...
Terei, pois, de subornar o Diabo e passar férias nas "quebradas" dele para conseguir relaxar em um confortável ofurô de óleo fervente!
Ahahahahaha!
....
....
Inverno é uma época odiosa para mim. Sinto vontade unicamente de dormir, dormir e dormir até que o sol e a chuva voltem para o mundo.
Inverno é uma época odiosa para mim. Sinto vontade unicamente de dormir, dormir e dormir até que o sol e a chuva voltem para o mundo.
Ontem eu vi pela TV, umas pessoas que saíram de Minas para ir ver um simulacro de neve em uma serra da região Sul.
Cada qual com seu prazer, é claro, mas tem gente que é absurdamente louca!
...
Gostaria de me mudar para um país (talvez da Ásia) onde fosse quente e chovesse a maior parte do ano e onde inverno fosse coisa que só se vê pela televisão em Especiais de Natal estrangeiro.
Gostaria de me mudar para um país (talvez da Ásia) onde fosse quente e chovesse a maior parte do ano e onde inverno fosse coisa que só se vê pela televisão em Especiais de Natal estrangeiro.
Já me basta ser estrangeiro na minha própria terra e aqui ao menos a língua eu entendo fácil e a comida é suportável.
Mas estou encolhido, quase desaparecido por entre edredons a noite e dentro de mim mesmo de dia.
Gostaria de poder tirar férias sazonais e hibernar decentemente.
Como não posso, emerjo por umas horas para trabalhar e cumprir compromissos.
Deus, como eu odeio o frio!
Já era um estado e não uma condição da minha natureza, mas no inverno, cada vez mais me sinto e me porto diferentemente de Albert Camus: tão profundo, tão presente em mim e tão alheio do mundo.
Já era um estado e não uma condição da minha natureza, mas no inverno, cada vez mais me sinto e me porto diferentemente de Albert Camus: tão profundo, tão presente em mim e tão alheio do mundo.
Coroada
de névoas, surge a aurora
Por detrás das montanhas do oriente;
Vê-se um resto de sono e de preguiça,
Nos olhos da fantástica indolente.
Névoas enchem de um lado e de outro os morros
Tristes como sinceras sepulturas,
Essas que têm por simples ornamento
Puras capelas, lágrimas mais puras.
A custo rompe o sol; a custo invade
O espaço todo branco; e a luz brilhante
Fulge através do espesso nevoeiro,
Como através de um véu fulge o diamante.
Machado
de Assis
Nenhum comentário:
Postar um comentário