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quarta-feira, 13 de abril de 2011

Übermensch



Dizem que o que não mata fortalece. Se assim é, devo estar em vias de tornar-me finalmente um super-homem, porque ao término de um dia mais do que cansativo em muitos sentidos ( gostaria de poder hibernar como fazem os ursos, por semanas a fio e assim tirar férias de mim mesmo), não morri.

Mas antes que eu seja tomado por delírios de poder e saia por aí exibindo um "S" no peito, com ânsias de “salvar o mundo”, tenho de me lembrar de um desafio que me foi suspirado num sonho:

 “Talvez, Sahge, você  se imagine um tipo qualquer de profeta heróico, em missão divina, porém, antes que comece a sair por aí pregando a sua verdade a fim de mudar o mundo, eu te proponho um desafio menor. Ao invés de tentar mudar a humanidade, tarefa hercúlea cujos resultados podemos prever, te desafio a mudar UMA ÚNICA PESSOA! “

“...Certo. Reconheço que ainda assim, é um desafio inglório, porque você vai ter de lutar contra o desejo dessa pessoa em permanecer a mesma, em não mudar e, meu amigo, não há nada mais rebelde e difícil de domar do que uma alma humana. Então, eu te proponho que tente mudar a si mesmo. Faça-o se puder. Sei que sua vontade está de acordo com isso e que você vai colaborar com seus esforços...Não a humanidade, nem uma pessoa alheia a seu desejo, mas a si mesmo. Pode parecer paradoxal, mas se analisar a coisa com calma, vai perceber que te propus um desafio maior e mais difícil do que mudar a humanidade. Mude a SI MESMO e depois volte aqui, e haveremos de falar em mudar o mundo...”


Odeio esse tipo de sonho enigmático. Odeio me lembrar com detalhes desse tipo de sonho. E odeio ainda mais ter a minha vaidade messiânica questionada pela razoabilidade fria da minha razão ( um amigo chamou-me a atenção para a redundância de falar em "razoabilidade da razão" e eu concordo com ele. Isso ficou péssimo de se ler. Mas eu estava e estou pensando na Razão como algo a parte do indivíduo e independente de sua vontade, como se esta fosse uma entidade. Também não faria sentido falar em "loucura da Loucura". E paro por aqui, porque senão farei menos sentido ainda, o que eu acharia ótimo, mas não atenderia ao anseio linguísatico do meu amigo. Mea Culpa feita, Antonio...). Mas não posso simplesmente lançar meu superego monstruoso pela janela. Ele é pesado e pode acabar esmagando algum transeunte. E vai me culpar (como é de hábito) por uma morte inocente.

Deixe estar...Já sinto culpa demais por aquilo que não fiz para acrescentar mais esta carga em meus super-ombros, que já carregam o peso do planeta ao cubo! Permitam-me exagerar no dia de hoje, porque um homem que carrega a consciência da própria estupidez é o homem mais sobrecarregado do mundo... Talvez eu não esteja mais forte, mas pelo menos também não estou morto.

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