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quarta-feira, 9 de abril de 2014

O aceno de Náucrete

Você pode cantar sobre mim, se o quiser...

Eu canto sobre guerras e sobre dias alegres
E sobre flores e amores e a fragilidade das coisas...
Sobre sangue derramado e lascívia sobre a lua...
Eu canto sobre coisas que se arrastam sob a luz
E sobre o que cavalga acima da escuridão...

Mas que sei eu dessas coisas que canto,
senão que canto sobre o que não sei?

O que você não sabe,
É que eu conhecia o poder do sol sobre minhas asas de cera.

O que importa é voar, criança.
Em que direção é só um detalhe que preocupa quem não voa.

Eu?
Sou ilha de não saber nada...
Um amontoado de ignorância cercado por incompreensão por todos os lados.
E estando náufrago sem nau ou porto de mim,
Não compreendo esse seu Ser sendo o que não compreendo.
Mas acabei de fugir de um labirinto para dentro de outro.
Uma esquina errada que tomei depois da terceira nuvem...

Mas tão logo me liberte o mistério do meu Ser Humano
E me livre o fascínio do Eu,
Haverei de compreender o seu Ser Mulher
Para talvez começar a entender também o meu Ser Homem.

E é realmente belo que te digas louca,
Mas, sabe, isso deixa de ser virtude quando te gabas...




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